O contexto que vivemos hoje envolve duas grandes preocupações: a primeira, sobre a própria pandemia e a saúde. A segunda, como consequência dessa crise, os profundos impactos na economia mundial.
É por isso que as atenções se voltam para os desdobramentos, análises e possíveis soluções para contornar a situação e criar saídas. Nesse cenário, o segmento que aponta como um dos que vão sair na frente da retomada é a mineração.
Quer entender os motivos? Continue a leitura!
Os principais impactos da pandemia na mineração
Assim como qualquer outra atividade, a mineração sofreu os efeitos da pandemia. Segundo um os dados levantados pelo relatório Mine 2020, da PwC, no qual analisam a situação das 40 maiores mineradoras do mundo, a situação é desafiadora.
O estudo, encabeçado pelas empresas BHP, Rio Tinto e Vale, aponta para queda de aproximadamente 6% nas receitas, devido à diminuição dos preços de commodities.
No primeiro trimestre de 2020, a produção da mineração apresentou queda de 17,67% em relação a 2019, segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM). Contudo, como as avaliações do setor se caracterizam por análises a longo prazo, a conclusão é de que esses dados sinalizam um baixo impacto para a mineração.
Resiliência: traço característico da atividade
Para entender os dados, é preciso colocá-los em perspectiva. A mineração tem suas particularidades e apresentar baixa na produção não necessariamente pode ser entendida como desempenho ruim.
A atividade mineratória opera em circunstâncias que envolvem lidar com cenários instáveis e flutuação de preços. Isso faz com que o setor tenha um traço forte de resiliência e habilidade para gerir crises – mesmo que nunca tenham enfrentado algo com a magnitude da atual.
As mineradoras, por terem forte saúde financeira, têm fôlego para aproveitar o momento e rever suas estratégias. Assim, podem melhorar suas condições em atender o mercado pós pandemia e suas novas necessidades.
No Brasil, acrescenta-se o fato de que a mineração sempre teve papel fundamental na economia. Por isso, a retomada econômica do país de forma geral vai estar atrelada ao segmento.
As saídas e respostas
Se por um lado o cenário interno está retraído, com demanda reduzida por insumos para produzir carros e geladeiras, por exemplo, a aposta dos analistas está na recuperação da China e demandas externas.
Segundo o Diretor-presidente do IBRAM, Flávio Penido, a capacidade instalada da mineração permite uma resposta imediata às demandas. Ele conta que os estoques de aço chineses já estão baixos. Além disso, acredita nos investimentos em infraestrutura: a indústria e a construção civil chinesas já estão voltando aos níveis normais.
O futuro próximo da mineração
Devido às incertezas e restrições práticas, em 2020 não devem acontecer mega-transações. As energias devem estar voltadas para oportunidades de aquisições menores.
As necessidades de adaptação também estão sendo observadas. Dentre as diversas possibilidades, estão as ações relativas à localização das cadeias de suprimentos. Projeta-se a busca por aproximação das comunidades, como forma de minimizar riscos econômicos e sociais.
Mesmo que a crise ainda não tenha passado, a mineração já tirou suas lições, que provavelmente serão incorporadas às suas práticas. Isto inclui: presença física reduzida em escritórios, reavaliação de presenças não críticas in loco, automação e inovação, diversificação de mercado e investimentos robustos em comunidades locais.
Como você vê o momento da mineração e suas perspectivas de recuperação? Compartilhe suas impressões com a gente nos comentários!