5 catástrofes provocadas por incêndios que não lhe contaram

O controle do fogo pelos primeiros seres humanos, que data de cerca de 1,7 milhão de anos, foi um ponto de virada no aspecto cultural da evolução humana.

A partir daí, houve a dispersão geográfica humana, mudanças na dieta e nos comportamentos, expansão da atividade humana nas horas escuras e mais frias da noite, e seu uso é disseminado nas mais variadas culturas e tradições, antigas e contemporâneas.

Utilizado de forma construtiva ou destrutiva, o poder do fogo mudou os rumos da história, trazendo inúmeros benefícios para a humanidade, mas também causando tragédias, consumindo tudo pela frente, na forma de enormes incêndios.

Muitas vezes, catástrofes provocadas pelo fogo, foram resultados de guerras, de técnicas pobres de construção, do uso exacerbado de materiais de construção inflamáveis, da falta de preparação para combater as chamas, de acidentes naturais, dentre tantas outras possibilidades.

5 tragédias causadas por incêndios ao redor do mundo

Alguns destes incêndios se destacaram pelo seu grau de devastação, ou por seu papel importante na formação de eventos históricos. São tragédias nacionais e internacionais, incluindo incêndios florestais e urbanos, classificados pelo número de vítimas.

Illinois, Estados Unidos, 1871

“O Grande Incêndio de Chicago” é registrado como o pior incêndio metropolitano na história dos Estados Unidos, ocorrendo em 8 de outubro de 1871. Aproximadamente 300 pessoas morreram conforme o fogo queimava a arquitetura de madeira do coração da cidade, deixando mais de 100 mil desabrigados. É comumente dito que o fogo começou quando uma vaca derrubou um lampião no celeiro de Patrick e Catherine O’Leary, mas também pode ter se alastrado de incêndios próximos levados pelos fortes ventos.

França, 1949

Entre 19 e 25 de agosto de 1949, a floresta de Landes na França passou por um incêndio que queimou 500 quilômetros quadrados de terra e matou 82 pessoas. Considerado o incêndio florestal mais mortal da Europa moderna, as chamas destruíram completamente municípios como Cestas, Saucats, Marcheprime e Mios, no departamento de Gironde.

China, 1987

Originando-se das florestas de Da Hinggan nas Montanhas de Khingan, este incêndio passou por toda a parte noroeste do país, começando em 6 de maio de 1987. Nomeado de “Incêndio do Dragão Negro”, levou à morte de 190 pessoas e deixou muitos desabrigados e feridos. As chamas também destruíram cerca de 18 milhões de acres de floresta, incluindo reservas nacionais.

Indonésia, 1997

Causado por técnicas de cultivo de fazendeiros do país, este incêndio florestal começou na Indonésia e rapidamente afetou países vizinhos como Malásia e Singapura, chegando até a Brunei, Tailândia, Veitnã e Filipinas. Os danos económicos foram estimados em 4,47 milhões de dólares. As chamas também soltaram de 0,81 a 2,57 gigatons de carbono, afetando a longo prazo a saúde de humanos e todas as formas de vida.

Portugal, 2017

Em 17 de junho de 2017, um enorme incêndio começou no município de Pedrógão Grande, espalhando-se pelo centro do país. O evento tem sido descrito como “a maior tragédia florestal dos últimos anos”, causando a morte de mais de 60 pessoas e deixando muitos feridos. Acredita-se que a queda de um raio tenha iniciado as chamas na floresta próxima à região.

Fonte: Clima Notícias

Edifícios Andraus e Joelma: relembre dois grandes desastres com vítimas, no Brasil

Edifício Andraus, São Paulo, 24 de fevereiro de 1972

Um luminoso de propaganda das Casas Pirani, instalado na marquise do edifício Andraus, no centro de São Paulo, foi o foco inicial do incêndio. A companhia de luz da cidade já havia enviado cartas aos donos do prédio, advertindo sobre o perigo do excesso de carga elétrica. Em 15 minutos, os seis primeiros andares foram tomados pelo fogo.

Localizado na agitada Avenida São João, o incêndio no edifício de 29 andares só não fez mais vítimas por possuir um heliporto, de onde foram resgatadas quase 500 pessoas. Além das lojas de departamentos, o prédio era ocupado por empresas como a Petrobrás e a Companhia Adriática de Seguros.

Edifício Joelma, São Paulo, 1º de fevereiro de 1974

Outro incêndio em SP, iniciado com um curto circuito no ar condicionado. O fogo alastrou rapidamente, inclusive nas escadas, impossibilitando a saída. Com o forte calor, muitas pessoas saltaram das janelas, o que levou os paramédicos a escreverem uma mensagem pedindo calma (foto).

A grande quantidade de materiais inflamáveis, como carpetes e cortinas, presentes no edifício, contribuíram para o rápido alastramento do fogo. Foram 191 vítimas fatais e mais de 300 feridos, a grande maioria eram funcionários do banco. 30 corpos nunca foram identificados pelo alto nível de carbonização.

Mas, os incêndios são evitáveis?

O fogo já foi responsável por diversas tragédias, como no caso dos Edifícios Andraus e Joelma, em São Paulo, e do Grenfell Tower, em Londres (Inglaterra).

O mais recente incêndio em MG ocorreu durante a comemoração antecipada do Dia das Crianças: o vigia do local reúne a meninada ao seu redor e diz: “Vou dar picolé para vocês”! Em seguida, joga álcool e ateia fogo, inclusive em si mesmo. Matou várias crianças, duas professoras e uma auxiliar.

Na lista de tragédias recentes que atingiram a cultura brasileira, estão os acervos do Museu Nacional e do Museu da Língua Portuguesa.

A primeira regulamentação sobre segurança contra incêndio surgiu no Brasil em meados de 1975, após a ocorrência dos incêndios dos edifícios Joelma e Andraus, em São Paulo.

A partir de então a legislação vem sendo constantemente modernizada, exigindo, entre outras medidas, que sejam adotadas nos projetos de edifícios altos a compartimentação horizontal e vertical.

Para tanto, são utilizados dispositivos, como portas corta-fogo, no interior dos edifícios, e peitoris e marquises nas fachadas. Com isso, em uma eventual situação de incêndio, é possível impedir que o fogo, iniciado em um determinado andar, se alastre para os demais.  

“Uma norma importantíssima em segurança contra incêndio, adotada por várias unidades federativas do Brasil, é a ABNT NBR 9077, que fala sobre saídas de emergência. Ela é mais relevante ainda se considerarmos que atualmente muitas pessoas trabalham de casa e estão praticamente 24h dentro dos seus apartamentos em edifícios residenciais por conta da Covid-19.

Nesta norma, definimos quais tipos de escadas enclausuradas existem. Após a tragédia no edifício Joelma, aprendemos que é imprescindível ter uma escada de emergência como principal rota de fuga, permitindo que todos os indivíduos que estejam na edificação consigam chegar até o piso de descarga com segurança.

E, se você não estiver pautado em uma norma, você não consegue atender aos requisitos necessários para fazer isso com segurança”, explica Rogério Lin, superintendente do Comitê Brasileiro de Segurança Contra Incêndio (ABNT CB-024).

Conclusão

A descoberta do fogo foi imprescindível para a evolução da humanidade, porém, quando não há o controle de suas chamas, tragédias ocorrem e muitas vidas são ceifadas.

Há muito a se fazer na prevenção contra incêndios e é preciso estar sempre em alerta, observando pequenos indícios que podem gerar catástrofes.

 

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