No Brasil, os balões de ar quente não-tripulados continuam sendo soltos, (apesar da proibição da prática desde 1998) sendo responsáveis por provocar incêndios urbanos, florestais, residenciais, industriais, em máquinas de obras, além de prejudicar a aviação.
As comemorações juninas ainda são associadas à lamentável prática de soltar balões, portanto, o risco de incêndio aumenta em até 30% nesse período.
Origem dos balões
Inventados na China (1306) e trazidos para o Ocidente pelo viajante veneziano Marco Pólo, os balões se popularizaram entre os povos latinos e incorporaram-se à cultura nacional em 1583, introduzidos pelos portugueses nos festejos juninos.
O Brasil é o único país do mundo que desenvolveu técnica aprimorada dessa arte, contudo, o belo espetáculo hoje é criminalizado, pois os balões estão cada vez mais sofisticados e perigosos.
4 principais focos de incêndio por balões
Atualmente, esses artefatos apresentam dimensões cada vez maiores, ultrapassando 50 metros de altura e pesando mais de 100 quilos e gerando ocorrências gravíssimas, como:
- Incêndios florestais: O perigo é maior durante os meses de junho e julho, quando é tempo de estiagem. O clima seco favorece a propagação do fogo e, consequentemente, os incêndios, sendo as florestas urbanas, as mais atingidas.
- Incêndios em áreas urbanas: Polos petroquímicos, refinarias de petróleo e depósitos de combustíveis são os mais vulneráveis. Mesmo sem tocar nos dutos e demais instalações, os balões podem provocar explosões em pleno ar, pela presença de gases inflamáveis.
- Interrupção no fornecimento de energia elétrica: A rede pode ser danificada pela queda de balões nas linhas de transmissão ou em subestações.
- Perdas materiais: Faíscas de partículas incendiárias podem cair próximas à máquinas e equipamentos, gerando possibilidades aumentadas de incêndios, causando a parada de produções inteiras por dias e colocando a vida humana em risco.
Natureza em perigo
Os balões de ar quente não-tripulados sobem com botijão de gás e carregam grande quantidade de pirotécnicos, sendo característicos especialmente no Sudeste do Brasil.
Eles navegam ao sabor dos ventos e muitas vezes percorrem longas distâncias antes de caírem, invariavelmente com as grandes mechas acesas, sobre pastos, fábricas, casas, hospitais, lojas, depósitos, equipamentos…, ameaçando a fauna e flora, provocando incêndios de proporções gigantescas.
“São inúmeros os danos que a queda de um balão pode provocar. De incêndios de grandes proporções em áreas urbanas a queimadas em áreas verdes de difícil combate, o fogo acaba provocando prejuízos incalculáveis às pessoas e também ao meio ambiente, à natureza”, afirmou o biólogo Giuseppe Puorto.
Vale lembrar que o inverno normalmente é uma época mais seca, o que facilita que as chamas se espalhem e essas queimadas causam o empobrecimento do solo, reduzem a penetração de água no subsolo e destroem a fauna e a flora nativas, entre outros danos ao meio ambiente, desencadeando uma ameaça a nossa biodiversidade, concluiu o biólogo.
Os balões continuam a dar trabalho às autoridades mesmo com o isolamento social causado pela pandemia de Covid-19. Além de ilegal, a brincadeira não vale a pena quando observadas as possibilidades de perdas, não é mesmo?
Esse artigo foi útil? Comente aqui e compartilhe-o em suas redes sociais.