Transição energética vai muito além da geração de energia; trata-se de um novo estado de coisas, com um olhar mais amplo e sistêmico para a sustentabilidade ambiental e social.
Ela passa por mudanças na estrutura social, econômica, política e cultural, e pressupõe o reconhecimento de que é insustentável, sob todos os aspectos, inclusive econômico, continuar consumindo recursos naturais na velocidade atual.
O objetivo é transformar toda da energia gerada (ou boa parte dela) em “energia limpa”, que somente pode ser produzida com a utilização de recursos minerais, presentes na produção de turbinas eólicas, painéis solares, veículos híbridos, veículos elétricos, aparelhos eletrônicos, dentre outros.
Portanto, é uma tendência irreversível e uma mudança essencial rumo a uma economia de baixo carbono, capaz de promover o desenvolvimento sustentável.
Os minerais estratégicos possuem um papel fundamental na transição, sendo decisivos para a forma como a energia é gerada, transportada, armazenada e utilizada.
Mas, afinal, o que são minerais estratégicos e como eles podem impactar a transição energética?
Um mineral é considerado estratégico quando é essencial para a economia, pela geração de superávit da balança comercial do país, um bem mineral que tenha importância pela sua aplicação em produtos e processos de alta tecnologia.
Para o diretor de Sustentabilidade e Assuntos Regulatórios do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Julio Nery, o país tem enormes desafios a superar para aproveitar a oportunidade desse novo mercado que está se abrindo. “Precisamos de mecanismos para desenvolver, de forma efetiva, o conhecimento geólogo brasileiro. A mineração trabalha com uma escala adequada do mapa. Júlio explica que são necessários melhores mecanismos de financiamentos brasileiros para obter mais investimentos em pesquisa mineral e efetivamente, o Brasil aproveitar essa janela de oportunidades desse mercado de transição energética.
Em junho de 2021 foi publicada a Resolução Nº 2 de 18 de junho de 2021, que define quais os minerais importantes para o Brasil.
Lítio, o “Ouro Branco do século 21”
Existe grande demanda para a pesquisa e a produção de minerais como o lítio, o cobalto e o níquel, utilizados para a produção de baterias mais eficientes em termos de armazenamento de energia e de performance.
A presença destes minerais em terras brasileiras faz com o que o país tenha enorme potencial nesta área.
Nesse contexto destaca-se o lítio, mineral estratégico para o Brasil, essencial à transição energética e atrativo de investimentos na indústria automotiva (para produção de veículos elétricos).
O Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, concentra a maior parte das reservas conhecidas no Brasil, sendo a extração desse minério realizada em pedreiras de pequeno e médio porte. É importante ressaltar que, cada vez mais, existe um esforço do Ministério de Minas e Energia em mapear outras regiões com potencial para produção e exploração de lítio.
Atualmente, 70% do lítio mundial já é usado para a produção de baterias e espera-se um salto da produção brasileira até 2025, pois além de baterias para veículos elétricos, ele é usado também para a energia solar e eólica, estando ainda, entre as 16 matérias primas consideradas fundamentais para a transição energética.
Decreto que regulamenta o comércio de Lítio no Brasil
No dia 06 de Julho de 2022, foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) o Decreto n° 11.120, que promove a abertura e dinamização do mercado brasileiro de lítio. Este decreto permite as operações de comércio exterior de minerais e minérios de lítio e seus derivados e possui o objetivo de posicionar o Brasil como um dos principais países para a mineração de lítio.
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