O planeta clama por socorro e muito vem sendo feito para mitigar os efeitos nocivos que causamos a ele.
A descarbonização (processo de redução de emissões de carbono na atmosfera, especialmente de dióxido de carbono, o CO2), se faz necessária e urgente, eletrificando a economia, mediante energias alternativas limpas, que emitam apenas o que o planeta consegue absorver.
Visando a transição energética, processo de mudança para uma economia descarbonizada, baseada em energias renováveis, as baterias de lítio estão se tornando cada vez mais viáveis, possibilitando tecnologias como os veículos elétricos.
Nas últimas décadas, elas saíram do anonimato para serem protagonistas da tecnologia de armazenamento de energia.
Porém, as consequências ligadas aos riscos das baterias li-íons (íons de lítio), em caso de mau funcionamento, podem ser graves, podendo resultar em emissões de gases tóxicos ou explosão.
Por que utilizar células de Lítio?
Baterias compostas por células de íons de Lítio têm como principal característica, a grande vida útil, ausência do efeito memória, ou seja, podem ser carregadas novamente, sem antes ter sido completamente descarregadas, não comprometendo o seu desempenho.
Além disso, por serem mais eficientes e consistentes, elas não requerem manutenção e são economicamente viáveis, podendo ser fabricadas em diferentes associações de células e formatos, em busca de maior capacidade, corrente de curto circuito, tensão ou ambas simultaneamente.
A indústria de carros elétricos: entenda o cenário atual
Os carros elétricos surgiram como uma alternativa sustentável aos veículos movidos a combustíveis fósseis, recursos naturais não renováveis: petróleo, gás e carvão.
Por não emitirem gases poluentes, não causam danos ao ambiente. O crescimento da indústria de veículos elétricos e híbridos acelerou a demanda por novas tecnologias de supressão de fogo.
“Com a rápida introdução de veículos elétricos e híbridos no transporte público, há novos desafios, porque eles apresentam cenários de risco totalmente diferentes”, diz Anders Gulliksson, da Dafo Vehicle, coordenador do projeto Li-IonFire (Automated e-vehicle Lithium Ion Battery Early Warning and Fire Suppression System) financiado pela UE.
“Quando as baterias li-íons comumente usadas falham através de curto-circuito, sobrecarga, altas temperaturas, danos mecânicos e superaquecimento, isso pode causar fuga térmica e a liberação de um eletrólito inflamável, o que torna a extinção do fogo muito difícil. Além do cenário dramático de fogo com o rápido aumento do calor, há muitos gases potencialmente tóxicos sendo emitidos”.
Houve vários relatos de incêndios em veículos elétricos, causando preocupações de segurança à vida e às operações.
Por exemplo, um acidente que virou fogo, matando três passageiros na China e a destruição de 25 ônibus EV (Eletric Vehicle ou veículo elétrico), em um depósito de ônibus na Alemanha.
3 dicas essenciais para reduzir os riscos de incêndio em EVs
- Equipamento
A instalação de um sistema de detecção e supressão de incêndio capaz de reconhecer que a bateria está em risco de fuga térmica em seu estágio inicial, pode ajudar a reduzir a probabilidade de consequências extremas à vida e às operações.
- Gerenciamento de bateria
Os sistemas de gerenciamento de bateria são ótimos para monitorar temperatura, tensão e corrente em uma bateria de íons de lítio. No entanto, eles não podem impedir a fuga térmica caso ocorra repentinamente, como de uma bateria danificada devido a um acidente, por exemplo.
- Educando usuários
Para evitar as consequências catastróficas de um incêndio em uma bateria de íons de lítio, é importante educar a todos os que usam um EV, sobre seus riscos potenciais.
Ao educar as pessoas sobre o que fazer e o que não fazer em relação à segurança das baterias de veículos elétricos, é menos provável que ocorram incêndios devido a sobrecarga, má gestão ou medidas de supressão insuficientes.
Detecção e supressão: o que está em estudo
A detecção precoce e a supressão são fundamentais para reduzir o risco de incêndio.
Se a fuga térmica não for totalmente controlada, os incêndios de EV podem queimar por dias, reacendendo depois que o fogo parece ter sido derrotado.
Pesquisas e testes de uma iniciativa financiada pela União Européia, em colaboração com Institutos de Pesquisa da Suécia (RISE) e Dafo Vehicle Fire Protection, descobriram que uma solução de supressão de bateria pode ser instalada durante o processo de fabricação, para fornecer um sistema de alerta precoce de incêndio, além de acionar o resfriamento, para evitar que uma bateria atinja o descontrole térmico.
Durante a pesquisa, o resfriamento pontual foi considerado a técnica mais eficaz para eliminar a figa térmica, após a detecção de defeitos, utilizando um agente de supressão adequado.
Portanto, as espumas de flúor, usadas há anos no combate a incêndios, estão sendo proibidas, em virtude das preocupações ambientais modernas.
Portanto, a instalação de soluções adequadas de combate a incêndios em carros elétricos, é fundamental para reduzir os riscos e garantir um futuro seguro e sustentável.
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